Ah, a Vila Belmiro, palco de tanta glória… E também de tantos momentos de vergonha alheia. Neste domingo, o Santos se consagrou campeão da Série B – e acreditem, até o torcedor mais otimista teve que engolir um pouquinho de vergonha. É que, enquanto o Peixe recebia a taça de campeão e se preparava para aquele tipo de festa que só quem está na Segundona sabe fazer, o CRB, sim, o glorioso CRB, resolveu aprontar uma surpresa: uma vitória por 2 a 0, garantindo sua permanência na Série B e deixando os santistas com o gosto amargo da derrota em casa. Vitória dos alagoanos, e como é que é? O Peixe estava mais para figurante do que para protagonista. Veja os gols e melhores momentos de Santos 0 X 2 CRB no início dessa matéria.
Campeões, Mas… Não Tão Campeões Assim
Aquela coisa, né? O Santos era campeão da Série B teoricamente, mas a realidade foi bem diferente. Entramos em campo para festejar o título, mas fomos atropelados por um time que estava mais interessado em se livrar da Série C do que em qualquer coisa que tivesse a ver com honra ou glória. Aliás, já que falamos de honra, a torcida santista estava com tanta moral que decidiu transformar as faixas que tradicionalmente exibiam o “campeão da Série A” em protesto. Como assim? Pois é, a faixa ficou virada para o lado errado o campeonato inteiro. Nada como a mística da Segundona para alimentar a alma, não é mesmo?
E não vamos esquecer do momento histórico: a volta da camisa 10. Sim, aquela mesma camisa que foi banida durante a campanha de ascensão à Série A, mas que, no jogo final, foi levada ao gramado em um momento de pura nostalgia, como se ela tivesse realmente feito alguma diferença. Ah, a história!
O Jogo: Carille, Não Dá
Enquanto a torcida pedia respeito à história do clube, o Santos parecia mais uma equipe de treino contra um CRB completamente motivado para fugir da Série C. Aos 16 minutos, Labandeira fez 1 a 0 para os alagoanos e já deu o primeiro aviso: Vocês acham que vão fazer festa, mas primeiro temos que garantir nossa vaga. O Santos teve até uma chance de empate aos 33 minutos, mas o gol foi anulado por impedimento. Ninguém ficou triste, afinal, sabemos que o Santos tem o dom de fazer gols em momentos que não valem nada.
A segunda etapa veio com mudanças, e claro, com aquela esperança renovada de que algo mágico poderia acontecer. JP Chermont entrou no lugar de Hayner, e todo mundo se perguntou: “Esse garoto pode ser a solução?” Spoiler: ele não foi. Aliás, o que realmente aconteceu foi o segundo gol do CRB, aos 18 minutos. Kleiton aproveitou o vacilo da defesa santista e fez 2 a 0. E aí, meus amigos, o clima na Vila mudou. Vaias começaram a ecoar para Fábio Carille, que já não estava muito popular desde o dia em que foi contratado para, bem, não fazer muito.
E como em todo bom final de campeonato, a esperança apareceu quando Luca Meirelles entrou em campo. Ele ainda tentou dar um gás, mas a verdade é que o único gás foi dado pelos próprios torcedores, que estavam mais para ir embora logo e deixar esse pesadelo terminar do que para incentivar qualquer tipo de reação.
O Fim da Festa, Ou Melhor, o Começo da Realidade
Depois de tanto glamour, o que resta ao Santos? Um título da Série B (como já dito, teoricamente), mas a sensação de que não estamos mais tão confiantes no desempenho na Série A quanto gostaríamos de acreditar. O Peixe ainda tem uma última partida contra o Sport na Ilha do Retiro, e é claro, todos sabem que depois dessa festa, a realidade vai bater forte. Já o CRB, que nos fez de figurante em nossa própria festa, se livrou do rebaixamento e garantiu mais um ano na Segundona. Eles sim sabem o que é dar valor à permanência. E a gente, bem… a gente ainda tem muito o que aprender.
Por enquanto, vamos seguir com a taça na mão e o orgulho machucado, porque se tem uma coisa que o Santos ainda sabe fazer bem é dar uma festa no pior momento possível. Mas tudo bem, né? No fim, somos campeões.
Na última rodada da Série B, o Santos enfrenta o Sport e o CRB pega o Operário. Quem diria que a última rodada seria mais tensa para nós do que para o CRB? Vai ser só mais uma emoção para adicionar ao rol de glórias da Série B.
