Contra o Cuiabá, Filipe Luís Fez Último Jogo no Flamengo | FutNews

Em 3 de dezembro de 2023, o Maracanã foi palco de um espetáculo emocionante e, sejamos honestos, de um baita drama digno de novela mexicana. O Cuiabá, coadjuvante improvável, teve a honra de ser o time que assistiu à despedida do craque Filipe Luís dos gramados. Não era um jogo festivo qualquer, mas uma verdadeira decisão para a última vaga direta da Libertadores, algo que, cá entre nós, deixou o coração de qualquer torcedor rubro-negro acelerado – e não apenas pelo momento histórico de despedida do ídolo.
Filipe Luís, o lateral que mais parecia um filósofo do futebol (com mais passes certos que muitos jogadores de meio-campo), não estava ali para se emocionar ou para ser o centro das atenções. Estava ali para jogar, para ganhar e para garantir que seu Flamengo, aquele do coração, chegasse onde merece. E não é que ele foi o líder de desarmes da partida e ainda terminou como um dos que mais deu passes? Pois é, só o que faltava era o homem fazer uma mágica no meio de campo, mas ele não era o Harry Potter da vez, né?
O grande momentum da tarde, no entanto, veio do mosaico 3D exibido no Setor Norte, uma homenagem de arrepiar. No telão, Filipe aparecia abraçado ao avô, Ivo Stinghen, com as frases “De pai para filho, de avô para neto” piscando nas cores rubro-negras. Impossível não cair em lágrimas. E claro, o bom humor rubro-negro não falhou nem na hora da despedida. Aquele mosaico ficou mais emocionante do que qualquer título que o Flamengo conquistou no último século, alguém poderia brincar nas arquibancadas.
Filipe, no auge da emoção, caiu em prantos ao ver a homenagem, com seus filhos Tiago, Sara e Lucas ao lado, chorando juntos. É claro que o drama se intensificou. No meio do jogo, no auge da partida (e da pressão), o lateral foi substituído aos 35 minutos do segundo tempo. Isso mesmo, o homem estava jogando para valer – mas nem o placar estava acima de um adeus digno de Hollywood.
O mais bacana, e por que não dizer fofo, foi a maneira como o Cuiabá, time que não tinha nada a ver com isso, se comportou. Todos os jogadores do time se reuniram no centro do campo para fazer uma pequena homenagem ao veterano. Até o goleiro Rossi, que estava mais preocupado em garantir a meta, deixou sua posição para ir até o centro e dar um abraço em Filipe. “É o poder do respeito no futebol, minha gente”, diriam os mais sentimentais.
E claro, Filipe ainda teve tempo de distribuir abraços e beijos por todo lado, inclusive aos jogadores do Cuiabá. Até o famoso beijo no gramado – algo digno de um ícone do futebol mundial – não ficou de fora. Para fechar o momento, ele foi aplaudido com o tradicional grito de “Ah, é Filipinho e Filipe Luís”, deixando todos com a sensação de que aquele era o fim de uma era.
Mas não foi só isso: ele não podia sair sem a tradicional sessão de fotos com as taças que conquistou ao longo de sua jornada no Flamengo. Afinal, quando você tem duas Libertadores, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, duas Supercopas, Recopa Sul-Americana e dois estaduais no currículo, é bom lembrar de dar aquela posada para a posteridade, né? Filipe foi o segundo maior lateral-esquerdo da história do Flamengo – uma posição de respeito, superando até o ídolo Athirson, que deve estar chorando de orgulho por ele.
Filipe Luís se despedia de sua carreira com 176 partidas pelo Flamengo e 10 títulos. E a pergunta que fica no ar é: quem vai preencher esse buraco que ele deixou? Ayrton Lucas? Aquele que foi substituto temporário (muito temporário, né?) do lateral com um currículo que faria qualquer um se encolher de vergonha? Não é fácil, meus amigos.
Em resumo, o Flamengo deu tchau a um dos maiores jogadores de sua história, e quem assistiu a tudo isso, com mosaico, emoção e futebol de primeira, tem uma certeza: Filipe Luís merece tudo o que o futebol tem a oferecer. E, se ele pudesse voltar no tempo, provavelmente diria: Só não me peçam para parar de jogar contra o Cuiabá, pelo amor de Deus.