Conmebol anuncia ações contra racismo no futebol | FutNews

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou uma série de iniciativas para combater o racismo e a violência nos jogos da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana. A medida é uma resposta direta a crescentes preocupações sobre a segurança e a inclusão nos estádios e visa promover um ambiente mais respeitoso para todos os envolvidos.
Força-Tarefa Contra Racismo
Uma das principais ações é a criação de uma força-tarefa liderada pelo ex-jogador Ronaldo Nazário. Este grupo é composto por figuras históricas do futebol sul-americano, incluindo Diego Lugano, Carlitos Tevez, Claudio Caniggia, Léo Moura, Ruggeri e Mauro Silva. Além disso, a força-tarefa conta com a participação da ex-secretária-geral da FIFA, Fatma Samoura, e do presidente da FIFPro, Sergio Marchi. Essa equipe busca unir esforços para erradicar o racismo no futebol da região, envolvendo representantes dos dez países membros da Conmebol.
Medidas Concretas
Entre as medidas anunciadas, destaca-se a criação de uma lista de pessoas proibidas de entrar nos estádios. Essa lista será composta por indivíduos envolvidos em atos de racismo, visando garantir a segurança e a integridade dos eventos esportivos. Além disso, a Conmebol implementará novos programas educacionais para promover a conscientização e prevenção do racismo, envolvendo jogadores, árbitros, clubes e torcedores. As multas aplicadas em casos de discriminação poderão variar entre US$ 50 mil e US$ 100 mil, e serão destinadas ao Projeto SUMA, coordenado pela própria entidade.
Ações Simbólicas
Uma das iniciativas mais impactantes será a implementação de uma parada simbólica antes do início de cada jogo. Esse ato, que durará 20 segundos e será seguido por um apito simbólico, tem como objetivo reafirmar o compromisso da Conmebol na luta contra o racismo e a violência. Durante esse intervalo, os locutores explicarão ao público que a bola não será movida, simbolizando a rejeição a essas práticas. A mensagem será transmitida em todos os estádios, reforçando a união contra a discriminação.
Repercussão e Críticas
O anúncio da força-tarefa ocorreu em meio a críticas após declarações polêmicas do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez. Sua comparação entre uma Libertadores sem clubes brasileiros e Tarzan sem a Chita gerou indignação entre torcedores, clubes e até mesmo autoridades do governo brasileiro. Em resposta, os Ministérios do Esporte, da Igualdade Racial e das Relações Exteriores emitiram uma nota conjunta de repúdio, demonstrando a gravidade da situação.
Essas ações visam não apenas punir, mas também educar e criar um ambiente mais inclusivo e respeitoso dentro e fora dos gramados. O futebol sul-americano, com sua rica história e paixão, agora se alinha em uma nova direção, buscando um futuro onde todos possam desfrutar do esporte sem medo de discriminação ou violência.
Com as medidas propostas, a Conmebol espera que a mudança comece a ser sentida imediatamente, contribuindo para uma cultura de respeito e igualdade no futebol.