Morre Maguila, um Corintiano de Coração e uma Lenda do Boxe Brasileiro

O Brasil se despediu de uma de suas maiores lendas do boxe, José Adilson Rodrigues dos Santos, o icônico Maguila, que faleceu em 24 de outubro de 2024, aos 66 anos. Não só um campeão nos ringues, mas também um apaixonado corintiano, Maguila deixa uma marca indelével na história do esporte brasileiro e principalmente nos corações dos torcedores do Timão.
As Raízes de um Campeão
Nascido em Aracaju, em 11 de julho de 1958, Maguila não teve um início fácil. Aos 14 anos, deixou sua terra natal em busca de melhores oportunidades em São Paulo. Ele se viu enfrentando a dura realidade da vida na capital, onde as dificuldades eram muitas, incluindo a fome. Maguila se alojou em um caminhão abandonado, onde passou meses antes de finalmente encontrar um caminho para o boxe, que o levaria a se tornar um dos maiores pugilistas do Brasil.
A paixão pelo boxe foi acesa na infância, enquanto assistia às lutas de seus ídolos, como Éder Jofre e Muhammad Ali, em uma televisão preto e branco. Essa admiração o impulsionou a treinar e, em 1979, começou sua carreira profissional, que se estenderia por 17 anos.
A Ascensão no Boxe
Com um cartel impressionante de 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico, Maguila se destacou rapidamente. Seu carisma e entrevistas hilárias conquistaram o público, fazendo dele uma verdadeira celebridade. Ele não só se tornou campeão brasileiro, mas também conquistou títulos sul-americanos e, em 1995, o Mundial da WBF, tornando-se o primeiro brasileiro a vencer um cinturão dos pesos-pesados.
Suas lutas contra nomes como Evander Holyfield e George Foreman são lembradas até hoje. Em 1989, quando enfrentou Holyfield, a expectativa era alta, mas a luta terminou em um nocaute. Mesmo assim, Maguila não perdeu o bom humor ao lembrar da experiência: Falar sobre o Foreman é pensar em cair de novo. Só em falar dele dá vontade de cair!
A Vida Fora dos Ringues
Maguila também foi um amante da música, lançando o álbum Vida de Campeão em 2009, e em 2021, ele foi homenageado como enredo da escola de samba Me Chama Que Eu Vou. Seu legado se estende além do boxe, tocando a cultura e o coração dos brasileiros.
Nos últimos anos, Maguila enfrentou a difícil batalha contra a encefalopatia traumática crônica, uma condição neurodegenerativa resultante das pancadas que sofreu ao longo da carreira. Diagnósticos variados, incluindo Mal de Alzheimer, foram feitos antes de chegarem à verdadeira causa de seu estado.
O Legado e a Homenagem
A esposa de Maguila, Irani Pinheiro, esteve ao seu lado durante toda a sua luta, dedicando-se a cuidar dele com amor e carinho. Em suas palavras, ela refletiu sobre os 40 anos de casamento e a jornada que compartilharam: A gente teve momentos bons e ruins, mas Deus sempre esteve conosco.
Após sua morte, Maguila concordou em doar seu cérebro para pesquisa, permitindo que seu legado continue a contribuir para o entendimento dos impactos do boxe na saúde dos atletas.
Maguila e o Corinthians
Além de sua trajetória no boxe, Maguila era um corinthiano apaixonado. Em diversas entrevistas, ele não hesitava em expressar seu amor pelo Timão, e isso o tornava ainda mais especial para os torcedores do clube. Sua força e determinação dentro do ringue se refletiam em sua paixão pelo Corinthians, um clube que representa a garra e a luta que sempre foram parte de sua vida.
A morte de Maguila deixa um vazio, mas seu legado viverá em cada torcedor que se emociona com suas vitórias e histórias. A memória de um verdadeiro campeão, que não apenas lutou nos ringues, mas também nas adversidades da vida, sempre será lembrada com carinho por todos nós.
Maguila, você pode ter partido, mas sempre será um dos grandes ícones do nosso esporte e um corintiano de coração! Que seu espírito guerreiro inspire futuras gerações a lutar pelos seus sonhos. Descanse em paz, campeão!