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Detalhes do caso Juan Izquierdo e outros jogadores com caso semelhante

Na noite da última quinta-feira, o Morumbi foi palco de um triste episódio durante o confronto entre São Paulo e Nacional pelas oitavas de final da Libertadores. O zagueiro Juan Izquierdo sofreu um colapso em campo, que infelizmente culminou em sua morte na terça-feira seguinte. A situação gerou questionamentos sobre o atendimento médico e os protocolos seguidos. Para esclarecer as dúvidas, conversamos com André Pedrinelli, médico de campo da Conmebol presente na partida.

Como funciona o protocolo médico da Conmebol?

O protocolo médico da Conmebol é rigoroso e detalhado, e o objetivo principal é garantir a segurança e o bem-estar dos atletas. Pedrinelli explicou que, no momento do incidente com Izquierdo, a equipe médica seguiu todos os procedimentos estabelecidos pela entidade.

Quando ocorre um incidente médico, o corpo médico do clube é o primeiro a responder. No caso de Juan Izquierdo, a responsabilidade inicial foi da equipe médica do Nacional. Com a presença de cinco médicos no campo, incluindo o médico do São Paulo e o emergencista da ambulância, a coordenação é essencial, disse Pedrinelli.

Desafios e circunstâncias do atendimento

O momento do incidente trouxe desafios específicos. Pedrinelli destacou que, no instante da queda de Izquierdo, um jogador do São Paulo estava recebendo atendimento na lateral, o que dificultou a visualização imediata da situação. A imagem recebida no tablet, com um atraso de três segundos, complicou ainda mais a análise inicial do quadro clínico do atleta.

A imagem que recebemos no tablet não mostrava o momento exato da queda devido ao atraso. Isso, combinado com a necessidade de coordenação entre os profissionais presentes, complicou a resposta imediata. Mesmo com a presença de cinco médicos, a comunicação rápida e a coordenação eram cruciais, explicou o médico.

Procedimentos e coordenação
A Conmebol exige que todos os estádios e equipes envolvidas em competições internacionais estejam preparados para emergências médicas. Pedrinelli, como oficial médico da Conmebol para o jogo, foi responsável por garantir que todos os protocolos fossem seguidos e que a equipe médica estivesse bem treinada e equipada.

É nossa responsabilidade garantir que o protocolo seja seguido à risca. No Morumbi, tudo foi feito conforme o regulamento da Conmebol. A presença de múltiplos profissionais e o cumprimento dos procedimentos são essenciais para assegurar o melhor atendimento possível, afirmou Pedrinelli.

O caso de Juan Izquierdo ressalta a importância da preparação e do protocolo médico em eventos esportivos de grande porte. Embora o atendimento tenha seguido os procedimentos estabelecidos, o incidente evidencia a complexidade e os desafios enfrentados em situações de emergência.

O trabalho de profissionais como André Pedrinelli é crucial para a segurança dos atletas, e a coordenação eficaz entre todos os envolvidos é fundamental para lidar com emergências de forma eficiente. A tragédia que envolveu Izquierdo é um lembrete sombrio da importância do treinamento contínuo e da vigilância constante em todas as competições esportivas.

Casos de jogadores que passaram mal em campo

O futebol, apesar de ser uma paixão mundial e uma fonte de alegria para milhões, também é palco de momentos trágicos. Infelizmente, em algumas ocasiões, a alegria e o entusiasmo são abruptamente interrompidos por eventos fatais. O caso recente do zagueiro Juan Izquierdo, que faleceu após um colapso em campo durante um jogo da Libertadores, é apenas um entre muitos episódios dolorosos na história do esporte. Vamos relembrar alguns outros casos de jogadores que perderam a vida enquanto jogavam, destacando a importância de protocolos de saúde e segurança no esporte.

1. Marc-Vivien Foé (2003)
O meio-campista camaronês Marc-Vivien Foé teve uma carreira brilhante com passagens por clubes como o Lyon e o Manchester City. No entanto, sua vida foi tragicamente interrompida durante uma partida da Premier League entre Manchester City e Arsenal em 26 de abril de 2003. Foé caiu inconsciente em campo e, apesar dos esforços de reanimação, foi declarado morto pouco depois. A causa foi um problema cardíaco, exacerbado por uma condição conhecida como cardiomiopatia dilatada.

2. Antonio Puerta (2007)
Em 28 de agosto de 2007, o defensor espanhol Antonio Puerta desmaiou em campo durante uma partida entre o Sevilla e o Getafe na La Liga. Após receber atendimento médico imediato, Puerta conseguiu se recuperar inicialmente, mas sofreu uma série de colapsos subsequentes devido a uma condição cardíaca preexistente. Tragicamente, ele faleceu três dias depois no hospital, aos 22 anos.

3. Daniel Jarque (2009)
O zagueiro espanhol Daniel Jarque, do Espanyol, faleceu de forma inesperada em 8 de agosto de 2009, enquanto estava concentrado com sua equipe para um amistoso de pré-temporada na Itália. Jarque sofreu um ataque cardíaco durante a concentração. Sua morte, aos 26 anos, foi atribuída a uma condição cardíaca não detectada anteriormente.

4. Fabrice Muamba (2012)
O meio-campista inglês Fabrice Muamba, do Bolton Wanderers, enfrentou um colapso cardíaco durante uma partida da FA Cup contra o Tottenham Hotspur em 17 de março de 2012. Muamba caiu inconsciente em campo e, após mais de uma hora de reanimação e cuidados médicos intensivos, conseguiu sobreviver, embora tenha sido forçado a se aposentar do futebol devido às sequelas do incidente.

5. Christian Eriksen (2021)
Em 12 de junho de 2021, o dinamarquês Christian Eriksen desmaiou durante um jogo da Eurocopa contra a Finlândia. O incidente ocorreu no primeiro tempo, e Eriksen foi imediatamente atendido pelos médicos da seleção dinamarquesa e pela equipe médica do estádio. A rápida intervenção foi crucial, e Eriksen foi reanimado e transportado para o hospital. Ele sobreviveu e, após uma recuperação notável, voltou a jogar futebol profissionalmente com um desfibrilador implantado.

 

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