Por que Abel Ferreira ainda destaca a ineficácia ofensiva do Palmeiras

O empate sem gols contra o Red Bull Bragantino, no último sábado levantou novamente a questão da ineficácia ofensiva do Palmeiras. Abel Ferreira, técnico do Verdão, apontou a falta de precisão nas finalizações como o principal motivo para o resultado abaixo do esperado, reiterando uma crítica que já havia sido levantada em outras ocasiões nesta temporada.
O treinador mencionou, especificamente, quatro oportunidades claras que poderiam ter garantido a vitória ao time. No entanto, será que essa é realmente a principal preocupação de Abel neste momento da competição? Afinal, o Palmeiras não vem apresentando apenas números positivos em relação à conversão de finalizações nos últimos jogos.
A evolução no aproveitamento de finalizações
Embora a reclamação de Abel sobre a falta de pontaria tenha sentido em relação ao empate contra o Bragantino, os números mostram que o Palmeiras vem evoluindo consideravelmente nesse aspecto no returno do Campeonato Brasileiro. O Verdão é atualmente o quarto time mais eficaz em termos de conversão de finalizações em gols na segunda metade da competição.
Com um aproveitamento de 12% a cada finalização, o Palmeiras só perde para Grêmio (14%), Fortaleza (13,2%) e Internacional (12,8%). Isso significa que, em média, o Verdão precisa de 8,3 finalizações para marcar um gol. Para efeito de comparação, o Grêmio, líder nesse índice, precisa de 7,12 finalizações para balançar as redes.
Outro ponto importante é o aumento significativo no índice de finalizações certas. Após o início irregular no campeonato, quando o time tinha o pior aproveitamento (apenas 28% de suas finalizações iam ao alvo), o Palmeiras conseguiu uma notável evolução, subindo para 42,7% no returno, superado apenas pelo Botafogo, que tem 45,2% de precisão.
O reflexo de um início de temporada irregular
Apesar dessa evolução recente, o Palmeiras ainda paga o preço por um começo de temporada irregular, especialmente na questão da eficiência no ataque. O Verdão segue como o time que mais finaliza no torneio (média de 16,5 finalizações por partida) e o que mais acerta o alvo (5,8 finalizações certas por jogo), mas continua apenas em 13º lugar no índice geral de acerto, com 35,4%.
Esse cenário reflete a grande quantidade de chances criadas ao longo da competição, mas também a dificuldade em transformar essas oportunidades em gols. O começo do ano, com lesões, ajustes táticos e a adaptação de alguns jogadores, impactou diretamente na produtividade ofensiva da equipe.
Abel no foco das finalizações para o tricampeonato
A reta final do Campeonato Brasileiro se aproxima, e Abel Ferreira sabe que a eficiência ofensiva será um dos pilares para que o Palmeiras siga na briga pelo tricampeonato. Para alcançar esse objetivo, o treinador já anunciou que a equipe terá um foco intenso no aprimoramento das finalizações durante a pausa para a Data FIFA.
Além disso, a recuperação de Estêvão, que volta após período de lesão, traz uma boa notícia para o setor ofensivo. O jovem jogador, com sua velocidade e qualidade nas finalizações, pode ajudar o Verdão a converter mais das chances criadas e aumentar a competitividade da equipe na busca pelo título.
A equipe volta a campo no próximo dia 20 de outubro, para enfrentar o Juventude fora de casa, e esse tempo a mais pode ser crucial para ajustar o ataque e aumentar a precisão nas finalizações.
Embora a ineficácia ofensiva tenha sido um problema pontual contra o Bragantino, os números mais recentes indicam que o Palmeiras está, de fato, evoluindo nesse aspecto. O time já é mais eficiente em transformar finalizações em gols no returno do Brasileiro e, com mais ajustes, poderá se tornar ainda mais perigoso na parte final da competição.
A falta de gols no empate contra o Bragantino pode ter sido frustrante, mas a longo prazo, Abel Ferreira está em busca de aperfeiçoar um ataque que já mostrou potencial para conquistar o tricampeonato. Com mais trabalho nas finalizações, o Verdão pode seguir firme em sua caminhada rumo ao tricampeonato.